Adubos e seus nutrientes: menu perfeito à saúde de plantas e pessoas - Nutrientes Para a Vida

Adubos e seus nutrientes: menu perfeito à saúde de plantas e pessoas

Informação à imprensa

Adubos e seus nutrientes: menu perfeito à saúde de plantas e pessoas

Nelson Horowitz e Valter Casarin, doutores em Ciência do Solo, destacam a importância dos fertilizantes para as culturas, à sustentabilidade, ao combate a doenças e ao acesso da população aos alimentos

As plantas necessitam de diversos nutrientes para sobreviver e crescer. Ocorre que nem todos estão presentes nos solos e/ou nem sempre em quantidade adequada ao desenvolvimento saudável de hortícolas, legumes, grãos, frutos e outras culturas essenciais aos seres vivos.
Nestes casos, a adição de fertilizantes é indispensável para complementar o “menu” de nutrientes ideal às plantas. A adubação é também essencial à recuperação do solo após cada colheita.
Entretanto, parcela considerável das pessoas desconhece o que exatamente são os fertilizantes e qual seu papel na roda viva da cadeia alimentar. Acabam sendo induzidas a pré-conceitos e preconceitos que, a bem da verdade, destoam do interesse social nos quesitos cultura responsável de alimentos, sustentabilidade do meio-ambiente, produção de qualidade e valores acessíveis ao acesso inclusivo.

Dicionário do bem-estar

“Que é capaz de acrescentar nutrientes ao solo, aumentando a produtividade agrícola ou vegetal; que ou o que fertiliza”. Essa é definição de “Fertilizante” – adjetivo de dois gêneros e substantivo masculino, segundo os mais conceituados dicionários.
A partir daí fica evidente a necessidade de a sociedade receber informações confiáveis sobre os efeitos e benefícios dos fertilizantes. Nelson Horowitz, doutor em Ciência do Solo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lembra que costumeiramente há confusão entre os fertilizantes e os agrotóxicos ou defensivos, cuja função é prevenir/resguardar plantações de ataques de pragas e doenças.

Saúde de verdade à mesa

Os fertilizantes, tanto orgânicos quanto minerais, simplesmente adicionam nutrientes em falta nos solos, complementando a “dieta” das plantas. Algo similar, em benefícios, às vitaminas e minerais para a manutenção da saúde humana.
Veja o que diz sobre o tema o engenheiro agrônomo Valter Casarin, coordenador científico da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV):
“Podemos simplificar a mensagem e afirmar que adubos – este é o sinônimo perfeito de fertilizantes – colocam “à mesa” da planta o que o solo é incapaz de fornecer para sua nutrição”.
O Brasil é caracterizado por grandes áreas de solos de baixa fertilidade natural, o que resulta em menor produção e/ou vegetais menos nutritivos para as pessoas. A partir do uso de fertilizantes, ocorre o suplemento de minerais necessários ao desenvolvimento sadio das culturas.
“Para os solos de baixa fertilidade, representam ganhos importantes. A adição correta de nutrientes resulta em raízes eficientes, permitindo o bom desenvolvimento do vegetal acima da superfície do solo para captação de energia solar e produção. São condições imprescindíveis ao metabolismo vegetal”, pondera Nelson Horowitz, também criador de canais do YouTube e Instagram “Adubos e Adubações”.
Aliás, na ausência de qualquer um dos nutrientes essenciais, o ciclo de desenvolvimento da planta não é completado, trazendo prejuízos ao produtor e ao consumidor. Como consequência, ocorre decréscimo na produção, item inadequado à alimentação saudável, aumento no desperdício e no preço dos alimentos, entre outros fatores.

Bem nutridos naturalmente

Valter Casarin pontua que minerais como o zinco, o potássio e o fósforo são imprescindíveis para o crescimento, à defesa da planta contra doenças e pragas e para o bom processo produtivo. Há vários nutrientes essenciais ou benéficos para as plantas, que o fertilizante é a fonte ideal: nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), boro (B), cobre (Cu), ferro (Fe), cloro (Cl), manganês (Mn), molibdênio (Mo), zinco (Zn), níquel (Ni), cobalto (Co), silício (Si), entre outros.
Graças à evolução contínua da ciência, hoje é possível detectar quais são os déficits nutricionais do solo por meio de análises laboratoriais — também realizadas nos tecidos vegetais.
Dependendo da disponibilidade do solo e da necessidade do cultivo, adiciona-se, através de adubos, os nutrientes complementares. Essa adubação possibilita produção agrícola eficiente, saudável, acessível economicamente e ambientalmente correta.
Já a carência ou a adição acima da necessidade da planta podem provocar danos ao desenvolvimento do vegetal. Em situações assim, o resultado são plantas mais suscetíveis às doenças e vulneráveis às pragas, tendo como consequência menor produtividade.
Nelson Horowitz reafirma que o papel dos fertilizantes não é de maneira alguma similar ao dos agrotóxicos. Em comparação simples, podemos dizer que o fertilizante é alimento da planta, faz a reposição natural dos nutrientes necessários ao seu correto crescimento. Enquanto os agrotóxicos seriam remédios contra eventuais ataques à imunidade das culturas.

Coração no ritmo certo

Uma planta bem nutrida é de significado sem igual para nossa saúde e das futuras gerações. Lamentavelmente, em pleno século XXI, há milhões de pessoas no mundo sofrendo de problemas resultantes da deficiência de zinco, só para citar um exemplo.
Esse cenário pode ser diferente, basta conscientização, políticas públicas adequadas e ação: o entendimento da correta fertilização do solo para a consequente absorção do nutriente pelas plantas, que alimentarão as pessoas, é base para suprir esta carência.
“Na Finlândia, apenas para destacar em exemplo, atualmente é obrigatória a adição do elemento químico selênio aos adubos, pois estudos indicaram que a população era deficiente deste nutriente. Isto resultava em números maiores de problemas cardíacos”, lembra Nelson Horowitz. “Com a inclusão do selênio na alimentação das pessoas, por meio de plantas fertilizadas, houve queda significativa de incidência de eventos do coração”.
Quando respeitadas as boas práticas de manejo, a adubação resulta ainda em maior quantidade de raízes e de palha na superfície do solo, protegendo-o de erosão e outros problemas ambientais.
Além disto, plantas cultivadas com responsabilidade e cuidado capturam mais carbono da atmosfera pela fotossíntese. Desta forma conseguimos reduzir ou até eliminar a emissão de carbono pela agricultura. Esta questão, se mal conduzida, pode contribuir para o aquecimento global.
A fertilização correta também aumenta a produção de combustíveis limpos, como o etanol, diminuindo a dependência dos fósseis, grandes emissores de carbono. Também para produzir fibras de boa qualidade para, em particular, vestir as pessoas.
Outro benefício do uso de fertilizantes é o aumento da produção por unidade de área.
“Isso propicia a redução de abertura de novas áreas, a preservação das florestas, a sustentabilidade ambiental etc. Torna viável e econômica a produção em quantidade suficiente de alimentos, fibras e energia para a sociedade”, conclui Nelson Horowitz.

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