Conservação do solo: uma aliança com os fertilizantes - Nutrientes Para a Vida

Conservação do solo: uma aliança com os fertilizantes

Por Valter Casarin

O solo é um componente essencial da vida na Terra. Contribui para a regulação e abastecimento de água, regulação climática, conservação da biodiversidade, e sequestro de carbono. Como nos lembra a ONU, 95% dos nossos alimentos provêm do solo e cerca de 33% dos solos do planeta estão degradados.

Nosso solo está ficando mais pobre. Isto é consequência da exploração durante décadas, retirando os seus recursos mais preciosos e não lhe devolvendo nada. O solo do nosso planeta é um organismo cheio de vida. É composto por diversos elementos minerais e orgânicos. 

Na verdade, o solo é uma fina camada de matéria mineral e orgânica que permite a retenção e a circulação da água e do ar na superfície da Terra. Essa fina camada, que varia em espessura de alguns centímetros a alguns metros, sustenta praticamente toda a vida no planeta.

Diferentes formas de vida coexistem e permitem que o solo desempenhe diversas funções essenciais:

  • regular o clima;
  • regular inundações;
  • manter/sequestrar carbono;
  • fornecer alimentos, fibras e combustível;
  • fornecer equipamentos de construção;
  • ser um habitat para muitos organismos;
  • purificar a água e reduzir a contaminação do solo;

Sim, nosso solo tem superpoderes! Mas a sua exploração intensiva provoca o seu empobrecimento, o que leva à sua erosão e à desertificação, o que os torna ainda menos capazes de ser utilizados.

O solo é um importante recurso não renovável que, quando sujeito a forte erosão, se perde ao longo de milênios. Embora a chuva forneça umidade para o crescimento das plantas e o bem-estar humano, é também, sem dúvida, uma das principais causas da degradação do solo, que ameaça seriamente o equilíbrio do nosso planeta e de todos os seus ocupantes. A erosão do solo reduz a produtividade da terra e contribui, principalmente, para o assoreamento de rios, o que é responsável pelas enchentes. 

O risco de erosão aumenta se o solo não for suficientemente protegido por cobertura vegetal e/ou pela camada de resíduos de colheita da cultura anterior (palha). Resíduos e vegetação protegem o solo do impacto das gotas de chuva e respingos de água. Eles também tendem a reduzir a velocidade do fluxo de água e promover a infiltração da água no solo.

A adoção de práticas conservacionistas, como por exemplo, a adoção do sistema de plantio direto, com o não retorno dos restos vegetais, realizando a rotação de culturas e preservando a palhada na superfície do solo, é uma enorme contribuição para que o sistema se torne equilibrado e sustentável. A palha sobre o sistema diminui a temperatura e preserva a umidade do solo, criando um clima mais favorável para o desenvolvimento de microrganismos benéficos. 

A camada perdida com a erosão é a mais fértil, viva e rica em matéria orgânica. As plantas somente poderão recobrir o solo com rapidez e eficiência quanto maior for a sua velocidade de desenvolvimento. Isso é possível quando a planta encontra no solo as condições adequadas, principalmente a disponibilidade de nutrientes. Em função dos solos tropicais apresentarem baixa disponibilidade de nutrientes, é o fertilizante quem contribuirá para o fornecimento de nutrientes fundamentais para o crescimento das plantas.

O uso de fertilizante favorece a maior produção de massa vegetal, o que irá criar uma maior massa de resíduo, protegendo o solo com maior eficiência contra o impacto das gotas de chuva e, consequentemente, do processo erosivo do solo. Da mesma forma, quanto maior o desenvolvimento da planta, maior será a quantidade de resíduos vegetais que ficará sobre o solo. Assim, o uso de fertilizante favorece a maior produção de massa vegetal, o que irá criar uma maior massa de resíduo, protegendo o solo com maior eficiência contra o impacto das gotas de chuva e, consequentemente, do processo erosivo do solo.

É evidente a importância do fertilizante no recobrimento vegetal do solo e a maior produção de palha. Esses dois fatores contribuem para reduzir o processo erosivo do solo e conservar as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo. Essa preservação ajuda o solo a manter seu potencial produtivo, mas acima de tudo contribui para reduzir o assoreamento de rios e lagos e a conservação da água.

 

*O artigo reforça a importância do  Dia de Conservação do Solo, comemorado em  15 de abril;

*Valter Casarin, coordenador geral e científico da Nutrientes Para a Vida é graduado em Agronomia pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP, Jaboticabal, em 1986 e em Engenharia Florestal pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/USP, Piracicaba, em 1994. Concluiu o mestrado em Solos e Nutrição de Plantas, em 1994, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Recebeu o título de Doutor em Ciência do Solo pela École Supérieure Agronomique de Montpellier, França, em 1999. Atualmente é professor do Programa SolloAgro, ESALQ/USP e Sócio-Diretor da Fertilità Consultoria Agronômica.

Sobre a NPV 

A NPV – Nutrientes para a Vida – nasceu com objetivo de melhorar a percepção da população urbana em relação às funções e os benefícios dos fertilizantes para a saúde humana. Braço da fundação norte-americana NFL – Nutrients For Life – no Brasil, a NPV trabalha baseada em informações científicas. A NPV tem sua sede no Brasil, é mantida pela ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e operada pela Biomarketing. A iniciativa conta ainda com parceiros como: Esalq/USP, IAC, UFMT, UFLA e UFPR.

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