Fertilizantes e Segurança Alimentar em Meio a Crises Globais

Fertilizantes e Segurança Alimentar em Meio a Crises Globais

Fertilizantes e Segurança Alimentar
Valter Casarin, Coordenador Científicos da NPV

 

Nos últimos anos, testemunhamos um crescimento populacional acelerado, superando a capacidade de expansão das áreas de produção de alimentos. Esse fenômeno foi viabilizado, em grande parte, pela revolução agrícola, que teve como pilar fundamental o uso de fertilizantes. A utilização desses insumos tornou a segurança alimentar uma realidade palpável e contribuiu significativamente para a preservação das florestas.

No entanto, o cenário atual é marcado pela sobreposição de crises. Enquanto ainda enfrentamos os desafios da crise sanitária do Covid-19, uma nova problemática surge: a escassez de fertilizantes devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Essas crises expõem a urgência de uma reorganização na produção de alimentos e destacam as vulnerabilidades em nosso abastecimento.

Os impactos econômicos do conflito se estenderam rapidamente por muitos países, afetando de forma mais severa as comunidades mais vulneráveis. Milhões de famílias já enfrentavam dificuldades devido à queda de renda e ao aumento dos preços de energia e alimentos. A guerra apenas agravou essa situação e ameaça intensificar as desigualdades.

Pela primeira vez em muitos anos, a inflação emerge como uma ameaça real que paira sobre diversas nações ao redor do mundo. Isso representa um sério revés para a recuperação econômica global, com crescimento em níveis baixos e preços em ascensão.

Diante desse contexto, surge a necessidade de repensar o modelo agrícola para garantir a produção contínua de alimentos saudáveis e de alta qualidade. É imperativo reduzir nossa dependência das importações de fertilizantes.

Fertilizantes e Segurança Alimentar

No atual sistema agrícola, os produtores buscam incessantemente aumentar a produtividade, por vezes em detrimento da qualidade dos alimentos. Com os preços dos insumos agrícolas em constante elevação, os custos de produção também sobem, refletindo diretamente nos preços nos mercados. Portanto, torna-se inevitável a adoção de novas práticas e modelos sustentáveis.

A necessidade de nutrir as plantas para garantir a produção de alimentos não pode ser interrompida. Portanto, diante desse cenário desafiador, precisamos estar preparados para mudanças que podem resultar em reajustes de custos. Nesse sentido, as cadeias de suprimentos, estruturas de pesquisa e desenvolvimento e redes de produção podem passar por ajustes significativos.

A incerteza gerada pela guerra e possíveis sanções, aliadas à ameaça de novas variantes do Covid-19, levanta a possibilidade de uma redução nas safras e, consequentemente, na disponibilidade de alimentos. Antes do conflito entre Rússia e Ucrânia, esses países eram responsáveis por 28% das exportações mundiais de trigo, além de representarem 40% das exportações de potássio, um fertilizante essencial para diversas culturas.

A insegurança alimentar torna-se a grande preocupação do momento, e o Brasil emerge como uma potência capaz de abastecer muitos países. Nosso país desempenha um papel fundamental na fortalecimento da segurança alimentar global. A acessibilidade aos fertilizantes torna-se crucial, a fim de evitar impactos severos sobre as populações de menor poder aquisitivo.

Nesse contexto, a importância do fornecimento de fertilizantes a preços acessíveis está evidente. A demanda por esses insumos é crucial para a produção de alimentos, e garantir que os preços permaneçam em níveis razoáveis é essencial para mitigar as crises globais de alimentos.

 

Sobre a NPV 

A NPV – Nutrientes para a Vida – nasceu com objetivo de melhorar a percepção da população urbana em relação às funções e os benefícios dos fertilizantes para a saúde humana. Braço da fundação norte-americana NFL – Nutrients For Life – no Brasil, a NPV trabalha baseada em informações científicas. A NPV tem sua sede no Brasil, é mantida pela ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e operada pela Biomarketing. A iniciativa conta ainda com parceiros como: Esalq/USP, IAC, UFMT, UFLA e UFPR.

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