A ureia é uma das moléculas mais simples, com os quatro elementos essenciais, hidrogênio, carbono, nitrogênio e oxigênio. Está presente na urina de todos os mamíferos. Trata-se de uma molécula onipresente, indispensável para os organismos dos reinos animal e vegetal e naturalmente para nós, humanos.
Fonte de amônia, a ureia também está na alimentação animal, mas apenas de ruminantes. De fato, os microrganismos presentes no rúmen são capazes de utilizar essa fonte de nitrogênio para sintetizar aminoácidos utilizados pelos ruminantes. Seu uso é particularmente interessante como complemento de forragens com baixo teor de nitrogênio.
Já nos seres humanos, o manejo da ureia pelos rins é uma parte vital do metabolismo. Além de seu papel como transportador de nitrogênio residual, a ureia também atua como um sistema de troca de contracorrente nos néfrons, o que permite a possível recuperação de água e íons essenciais da urina excretada.
Este mecanismo, que é controlado pelo hormônio antidiurético, previne a perda de água, mantém a pressão sanguínea e a concentração de cátions de sódio no plasma sanguíneo.
Histórico
Composto orgânico com a fórmula química CO(NH2)2, foi descoberta em 1773 pelo farmacêutico Hilaire Rouelle. Formada em ciclo que se inicia no fígado, a partir de amônia que provém da degradação de três aminoácidos (arginina, citrulina e ornitina), a ureia natural é eliminada ao nível dos rins pela urina.
Antes desta experiência, era considerado que as moléculas “orgânicas” só poderiam ser oriundas de constituintes ou derivados de organismos vivos. Quando o homem consegue realizar a produção de ureia, fica demonstrado que a química mineral e a química “orgânica” estão ligadas.
A síntese da ureia permitiu produzir a ureia fertilizante, que é um fertilizante sólido concentrado em nitrogênio (46%). Esse fertilizante tem produção mais barata e facilidade de transporte e armazenamento. Estima-se que mais de 60% do nitrogênio mineral utilizado como fertilizante no mundo é aplicado na forma de ureia.
Os fertilizantes nitrogenados são feitos a partir de amônia (NH3), obtida pela combinação de nitrogênio do ar e hidrogênio (H2) do gás natural. O ar atmosférico é constituído por 78% de N2, sendo o nitrogênio um recurso que está presente em qualquer ponto do planeta em quantidade quase ilimitada.
A amônia é a matéria-prima básica para toda a indústria de fertilizantes nitrogenados. Cerca de 80% do custo de produção de amônia está relacionado ao uso de gás natural (metano). A ureia é obtida pela combinação de amônia e dióxido de carbono (CO2), formado durante a síntese de amônia.
Com o teor de nitrogênio de 46%, a ureia granular é o fertilizante nitrogenado mais concentrado. O nitrogênio está presente na forma de ureia. No solo, esse nitrogênio da ureia é sucessivamente transformado em nitrogênio amoniacal e nítrico. A ureia granulada pode ser usada em muitas culturas, especialmente em culturas com altas exigências de nitrogênio, como o milho. A sua formulação em grânulos garante a homogeneidade da sua aplicação.
Conforme, o agrônomo Valter Casarin, da Iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), agronomicamente é uma formulação interessante porque a sua mineralização progressiva é induzida pela presença das bactérias do solo.
SOBRE O NPV
A Nutrientes Para Vida (NPV) tem como missão esclarecer e informar a sociedade, sobre os benefícios dos fertilizantes (ou adubos) na produção dos alimentos, bem como sobre sua utilização adequada.
Atua somente com informações embasadas cientificamente, de modo a explicar claramente o papel essencial dos diversos tipos de fertilizantes na segurança alimentar e nutricional, além de seu efeito multiplicador na produtividade de cultura