Por Daniel Magnoni*
Na infância, as vitaminas e os minerais são importantes para o crescimento e o desenvolvimento saudáveis. Quando consumidos em quantidades insuficientes por longo período de tempo, podem gerar uma série de alterações físicas, porém, a curto prazo, essas deficiências podem se disfarçar apenas em falta de apetite, suscetibilidade a infecções ou, até mesmo, sem sintoma algum. A essa deficiência disfarçada ou sem sintomas chamamos de fome oculta.
A deficiência de micronutrientes não está relacionada apenas à criança muito magra, mas também às crianças com peso normal ou obesas. Essa tendência tem aumentado devido ao consumo de alimentos calóricos, cheios de energia, porém pobres em nutrientes.
A fome oculta afeta mais de 2 bilhões de pessoas, o que equivale a uma a cada três pessoas no mundo, e ainda está associada a uma dieta inadequada, pouco diversificada e deficiente em micronutrientes (vitaminas e minerais). A fim de prevenir a fome oculta é importante conhecer esses micronutrientes, como, por exemplo, as vitaminas.
As vitaminas têm diversas funções, das quais podemos destacar: facilitam as reações metabólicas (vitaminas do complexo B e vitamina K); protegem as células, agindo como antioxidantes (vitaminas C e E); promovem a formação das proteínas (vitaminas A e D); e apresentam ação hormonal (vitamina D).
Os alimentos constituem a principal forma de obtenção de vitaminas, já que não produzimos ou, quando produzimos, sua quantidade é insuficiente. A única exceção é a vitamina D cuja síntese ocorre, principalmente, em dependência da exposição solar adequada. Portanto, para garantir o crescimento e o desenvolvimento adequados de nossas crianças, é importante que fiquemos atentos ao que elas comem.
As vitaminas podem ser encontradas nos alimentos de origem animal, como carne e vísceras, ovo, leite e derivados (vitaminas A, D, E e do complexo B). De origem vegetal, os óleos extraídos de palmeiras (buriti e dendê) são fontes de vitamina A e D; o azeite de oliva, óleos de milho, de soja, de girassol e de algodão, são fontes de vitamina E.
As vitaminas A, C e do complexo B também estão presentes nas frutas e nas hortaliças: as de cor amarelo-alaranjado, como cenoura, abóbora, manga e mamão são ricas em vitamina A; as folhas verde escura, como mostarda, couve, agrião e almeirão, em vitamina A, C e K; os vegetais verdes, como brócolis, alface e abacate, em vitamina E; e outras frutas como acerola, açaí, caju, goiaba, limão, laranja e tomate são ricas em vitamina C. As vitaminas do complexo B também podem ser encontradas nas leguminosas.
Algumas vitaminas (A, D, E e K) são menos absorvidas em dietas pobres em gorduras, e outras, como as do complexo B e a vitamina C, que são armazenadas em pequena quantidade, demandam uma ingestão mais frequente.
A longo prazo, essas deficiências podem trazer graves consequências à saúde, como: o raquitismo, na deficiência de vitamina D; a cegueira noturna, na deficiência de vitamina A; alterações neurológicas, na deficiência de vitamina B6; escorbuto, na deficiência de vitamina C; e sangramentos, na deficiência de vitamina K.
Considerando que as vitaminas estão presentes em uma enorme variedade de alimentos, a ingestão adequada de vitaminas depende de uma alimentação balanceada. Para que nossas crianças cresçam saudáveis, e se desenvolvam com o seu máximo potencial, não podemos abrir mão de uma alimentação saudável e rica em vitaminas.
• Daniel Magnoni, consultor da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), diretor de Serviço de Nutrologia e Nutrição Clínica do Hospital do Coração – Hcor, Mestre em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP; especializado ainda em Clínica Médica, Nutrologia e Nutrição Parenteral e Enteral pela Associação Médica Brasileira – AMB / Conselho Federal de Medicina – CFM
SOBRE NPV
Presente no Brasil desde 2016, a Nutrientes Para Vida (NPV) é uma iniciativa que possui visão, missão e valores análogos aos da coirmã americana, a Nutrients For Life. Seu objetivo é esclarecer e informar a sociedade sobre os benefícios dos fertilizantes (ou adubos) na produção dos alimentos, bem como sobre sua utilização adequada.
Este tipo de esclarecimento é essencial, se considerarmos que há muita desinformação sobre o tema. Como dizia uma antiga campanha publicitária, com o manejo adequado do solo, no Brasil, “adubando, dá”.
Para manter o solo fértil e a alta produtividade de novos cultivos, os nutrientes precisam ser repostos. Os fertilizantes cumprem o papel de alimentar a planta, o que é essencial para o seu desenvolvimento.
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Referências
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Leite HP. Metabolismo de Vitaminas e Oligoelementos. In: Telles Junior M, Leite HP, editores. Terapia nutricional no Paciente pediátrico grave. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
Micronutrientes nos primeiros 6 anos de vida. São Paulo: ILSI Brasil – International Life Sciences Institute do Brasil, 2019. – (Série de publicações ILSI Brasil: força tarefa de nutrição da criança; v. 9).
Gödecke T, Stein AJ, Qaim M. The global burden of chronic and hidden hunger: Trends and determinants. Global Food Securtiy 2018; 17: 21-29.
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Weffort VRS, Norton RC, Leão E. Deficiências Vitamínicas. In: Palma D, Escrivão MAMS, Oliveira FLC. Guia de Nutrição Clínica na Infância e na Adolescência. Barueri, SP: Manole, 2009. – (Série guias de medicina ambulatorial e hospitalar/ Nestor Schor).