Valter Casarin
Você sabia que o solo é acima de tudo um meio vivo e que contém mais de um quarto das espécies animais e vegetais conhecidas em nosso planeta? Nesse ambiente, cada metro quadrado abriga milhares de animais invertebrados, como minhocas ou formigas, várias dezenas a várias centenas de milhares de espécies de fungos e bactérias.
Por solos “saudáveis” entendemos principalmente aqueles que contém uma diversidade de organismos que contribuem para sua fertilidade, que não poluem o meio ambiente e que são ricos em matéria orgânica. Nessas condições, os solos podem cumprir adequadamente suas diversas funções ecológicas.
A saúde do solo é frequentemente descrita pela forma como funciona e não pelo que é. Esse local onde as plantas crescem é um sistema muito complexo e estamos aprendendo cada vez mais sobre ele todos os dias. Entre as principais funções identificadas pelos cientistas, podemos citar, por exemplo, a retenção, circulação e infiltração de água ou a retenção e fornecimento de nutrientes às plantas, ações essenciais para a manutenção dos ecossistemas e que também são essenciais para o ser humano atender às suas necessidades básicas.
Os solos saudáveis são de fato a primeira condição para a produção dos nossos alimentos e para a nossa qualidade de vida: fornecem nutrientes e abrigam os organismos graças aos quais os vegetais crescem – limitando também as doenças e pragas – contribuem para regular a qualidade da água que consumimos, o clima local e global que toleramos – em particular armazenando duas a três vezes mais carbono do que a atmosfera.
Apesar do seu papel principal, o solo é um recurso não renovável na escala da vida humana e está sujeito a muitas pressões, muitas delas causadas por atividades que causam a sua degradação. Como são necessários algumas centenas de milhares de anos para formar 1 cm de solo saudável, desta forma, a sua preservação é fundamental para a manutenção do seu potencial produtivo.
Por isso, impermeabilização, compactação causada pela mecanização das atividades agrícolas e florestais, escavação, poluição por pesticidas, produtos químicos e plásticos, erosão ligada ao desmatamento, são degradações que resultam em inúmeras e crescentes pressões como, urbanização galopante, demanda exponencial de alimentos ou produção de biomassa como alternativa aos recursos fósseis.